International Relations, political parties and political sociology. Por Israel Gonçalves
Reflexão
"Já não é a mesma hora, nem a mesma gente, nem nada igual. Ser real é isto" - Alberto Caeiro
"A imaginação é a rainha do real e o possível é uma das províncias do real" - Charles Baudelaire
Tuesday, January 19, 2010
A PRESENÇA DO BRASIL NO HAITI
Novamente o Haiti passa por uma catástrofe. Em 2008 foi um furacão, agora um terremoto. Milhares de homens, mulheres e crianças foram atingidos. Como já é sabido, falta de tudo no país, água, comida, remédios, alojamentos e talvez, em meio a um cenário de guerra, esperança.
O país passou o século XX por vários regimes militares, com destaque para o sanguinário François Duvalier (Papa Doc) e, posteriormente, o seu filho Jean-Claude Duvalier (Baby Doc) – ambos apoiados pelos EUA. No início do século XXI, sofreu mais um conflito político e Jean-Bertrand Aristide - então presidente do país - é exilado na África do Sul. Nesse período, as cidades haitianas tornaram-se terra de ninguém, sem instituições mínimas e com uma taxa de assassinatos e estupros elevadíssimas. Sendo estes crimes cometidos, geralmente, por ex-integrantes das Forças Armadas que atuavam como milícias. Em meio ao caos político, soma-se uma população de 10 milhões e uma taxa de 50% da população no analfabetismo e 80% na extrema pobreza.
A pedidos do governo haitiano, a ONU resolveu efetivar sua quinta missão no país. Em 2004 é criada a missão de estabilização no Haiti (Minustah). O Brasil apoiou a missão com mais de 1.200 (mil e duzentos) homens, tornando-se o responsável da Minustah. O Comando do Batalhão Brasileiro (Brabatt) tinha diversas funções no país, desde segurança dos civis à infraestrutura. Indicadores mostravam que a presença do Brasil iniciou uma pequena mudança no dia a dia de muitos haitianos que não tinham futuro. Mas tudo que foi construindo pela missão de paz no Haiti comandada pelo Brasil terá que ser refeita, pois os projetos sociais, abertura de ruas entre outras ações agora ficaram em segundo plano, pois salvar as vidas dos atingidos pelo sismo tornou-se prioridade. O Haiti é hoje um país sem Estado, sem estrutura burocrática.
O Brasil já liberou 15 milhões de dólares e enviou mais de 10 aviões com comida e remédio para o país, ato louvável, todavia, nossa presença no Haiti deverá ser mais longa e custosa, pois a missão agora é reconstruir a dignidade de um povo.
Gostaria de finalizar saudando todos os soldados e civis que lá estão em prol dos Direitos Humanos, da vida e, claro, motivando a esperança dos haitianos. Também gostaria de deixar registrado aqui meu pesar as famílias dos 19 mortos, assim como a todas as pessoas que lá morreram, em especial Dona Zilda Arns Neumann, protagonista da Pastoral da Criança e indicada ao prêmio Nobel da Paz em 2006 e ao vice-chefe da Minustah o diplomata Luiz Carlos da Costa.
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