Reflexão


"Já não é a mesma hora, nem a mesma gente, nem nada igual. Ser real é isto" - Alberto Caeiro

"A imaginação é a rainha do real e o possível é uma das províncias do real" - Charles Baudelaire

Sunday, January 29, 2012

Educação no Brasil





O atual cenário político indica que a famigerada reforma ministerial do governo Dilma Rousseff não atingirá muitas pastas. As especulações eram mais midiáticas do que um projeto da presidenta. De fato, até o momento, ocorreram apenas duas substituições. Na Petrobrás e no Ministério da Educação (MEC). No MEC saiu Fernando Haddad, e entrou em seu lugar Aloizio Mercadante que ocupava a pasta da Ciência, Tecnologia e Inovação, ambos do PT. Esses dois ministérios são estratégicos para o conceito do momento: o desenvolvimento do país. Todavia é evidente que o MEC tem mais repercussão na mídia. Provavelmente, Mercadante usará sua nova função para projetar-se para as eleições do governo de São Paulo - daqui dois anos. Transformando o ministério em palanque e o ensino, assim como os docentes, em segundo plano.

A gestão do pré-candidato Fernando Haddad à frente do ministério poderá ser medida no futuro pela última propaganda do MEC. Na propaganda, o governo apela para os jovens cursarem algum curso de licenciatura. Se você não tiver dinheiro o governo paga suas mensalidades e, posteriormente, você devolverá o investimento do governo lecionando em “escolas públicas”- recintos destinados àqueles que não têm dinheiro para pagar uma escola com certa rotina de ensino e aprendizagem.

A propaganda é bem elaborada e o governo bem avaliado, mas nossa realidade é retratada pelo inverso. O colorido da TV não esconde mais o ridículo do nosso salário, a falta de perspectiva da nossa carreira e o desrespeito diário com os professores. Para se ter noção da contradição do sistema educacional, uma Faculdade Particular, que também adora propagandas, em vez de contratar, despediu a maioria do seu quadro de mestres e doutores, pouco se questionou os motivos dessa perspicácia. No Brasil, a educação se faz sem mestres e isso tem a conivência do seu ministério. O MEC virou trampolim para carreiras que não estão ligadas à educação, óbvio, se ganha muito pouco nesse ramo. O Brasil na atual situação não precisa apenas de uma reforma ministerial, mas de uma revolução na educação.

Tuesday, January 17, 2012

Participação política em Limeira

O ex-ministro da fazenda de João Goulart, San Tiago Dantas, uma vez disse: “política só se faz no poder”. Fico feliz que sua frase não tenha validade na prática, pois na reunião do dia 15/01 na Câmara Municipal ficou demonstrado que o poder está em outras esferas. Foi com certeza um momento histórico da política limeirense. Uma parte da sociedade ficou por mais de três horas esperando o resultado da Comissão Processante (CP) que tem como objetivo investigar a “denúncia contra o Prefeito Municipal Silvio Félix da Silva”. Na respectiva reunião ocorreu o aceite dos documentos reenviados pelo Ministério Público, pelos membros da CP.

O fato marcante daquele dia não foi apenas a atuação dos cidadãos presentes na Egrégia. O destaque é: a reunião que se buscava acompanhar era fechada, ou seja, o indivíduo não tinha como saber o desenrolar da reunião - algo frustrante. A sabedoria do cidadão que estava presente se deu ao perceber que o fato mais importante era sua vigília. Os munícipes de forma paciente esperaram o resultado da sessão de forma exemplar. Alguns, pelo cansaço e pela chuva foram embora depois de uma hora, mas a maioria esperou pacientemente o término da reunião e os mais exaltados aclamavam gritos de protestos - até o hino nacional foi entoando. Esse cenário lembra uma frase de Tancredo Neves que disse: “Não se deve fazer política sem emoção, mas as decisões devem ser cerebrais. Trata-se de um ato de discernimento intelectual (...)”.

O final da noite de domingo foi uma das melhores amostras de como a sociedade deve atuar quando os seus interesses estão em jogo: participar e pressionar os seus representantes a votarem conforme seus interesses.