Reflexão


"Já não é a mesma hora, nem a mesma gente, nem nada igual. Ser real é isto" - Alberto Caeiro

"A imaginação é a rainha do real e o possível é uma das províncias do real" - Charles Baudelaire

Friday, June 25, 2010

O Futuro do processo eleitoral brasileiro

Diz um amigo meu “se o vice não tira voto, é um bom vice”. O grande problema do candidato Serra não é propriamente o vice, mas o engodo que o PSDB está fazendo em alardear sobre o possível vice do tucano. Com os democratas em bancarrota, sem moral para indicar um candidato, o projeto psdebista é fazer uma chapa “puro-sangue” com o atual candidato ao senado, Aécio Neves (ex-governador de Minas Gerais).

Como Aécio Neves já abandonou “o trem” no final de 2009 e nenhum outro nome relevante no cenário político quis se expor, os líderes do PSDB se voltaram – novamente -para Aécio, que comandava o segundo maior colégio eleitoral do Brasil. Agora, sem chance de pegar o mineiro, apelam para o senador Álvaro Dias do Paraná. Serra, sem um projeto novo para o Brasil e com os colossais problemas com um vice que ainda não tem, vê sua campanha em declínio e o seu amigo Aécio debandando para outros rumos, pois “mineiro nunca perde o trem”.

No sentido do debate eleitoral, o PSDB também erra em querer comparar o heroico Serra com a Dilma. A campanha na realidade será feita através de um debate exaustivo entre Lula e o Serra - Dilma a margem do processo.

O que fica evidente nesse jogo é a falta de coesão interna do PSDB em lidar com a alta popularidade do governo Lula. Esse “bate cabeça” entre os intelectuais psdebistas fica expresso nos erros do partido no cenário eleitoral brasileiro. Serra já está perdendo – segundo as pesquisas - para Dilma em São Paulo, onde era governador. Será que o atual tabuleiro das eleições nacionais será repetido em São Paulo? Cuidado Geraldo, o Mercadante vem aí!

A consideração que podemos fazer dessa análise é que o maior problema - imediato - do candidato Serra é o próprio PSDB. Como as saídas são poucas, pois a eleição já se aproxima e a probabilidade de Serra apelar para um baixo nível de debates, como por exemplo, fazer ataques pessoais aos adversários, pode tornar-se a toada da sua campanha. Quem perde, além dos candidatos, é o processo eleitoral brasileiro. Desejamos que o futuro das eleições seja pautado pelo debate de projetos políticos para o país. Qual é projeto político que queremos para o Brasil?

Saturday, June 19, 2010

A Política Externa Brasileira no cenário mundial



A partir de 2002, quando inicia o governo Lula, há uma nova visão sobre a política externa brasileira. Este novo modelo de política fez com que o Brasil obtivesse um lugar de destaque na agenda mundial do início do século XXI. Essa nova forma de intervenção no cenário internacional visa promover o diálogo constante com as várias instituições internacionais e, principalmente, atuar de maneira mais incisiva na resolução dos grandes problemas mundiais, como exemplo, os conflitos ligados à energia nuclear e o ambiental.

Uma das ações na esfera internacional que respalda a atuação brasileira foi a COP 15, realizada em dezembro de 2009 em Copenhague (Dinamarca), que demonstrou que o governo brasileiro está comprometido com o meio ambiente em esfera global. No âmbito doméstico, o governo Lula conseguiu reduzir o desmatamento na Amazônia, demonstrando que o país não está em uma simples retórica, mas encontra-se de forma efetiva nas resoluções dos problemas ambientais. Diferente do governo Barack Obama, que trata a questão ambiental como coisa de segundo plano. Tal atuação na esfera ambiental pode ser observada pelas poucas atitudes feitas pelo o governo norte americano com relação ao vazamento de óleo no Golfo do México.

A missão da ONU para estabilização do Haiti, a MINUSTAH, ao qual o Brasil exerce o comando militar também é signatário de uma postura diferente da norte-americana, que prefere o uso da força à negociações pacificas. A MINUSTAH é o demonstrativo que é possível cooperar com outras nações sem uma intervenção militar que fira a soberania dos mesmos.

No caso do Irã fica evidente a estratégia belicosa americana - a exemplo do Iraque - versus a vertente que busca acordos e um diálogo constante. Tal premissa é uma característica da tradição brasileira nas suas relações exteriores. As sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU ou as sanções unilaterais feitas pelos EUA e União Europeia não serão instrumentos eficazes na diminuição da produção de enriquecimento de urânio. As sanções só agem sobre os desprovidos, ou seja, as pessoas mais pobres do país que sofrem as sanções.

Atualmente, o Brasil faz parte do Conselho de Segurança da ONU (mandato 2010 -2012) como membro não permanente. Por isso sua responsabilidade de promover a paz em lugares propensos a conflitos, que desrespeitam os tratados internacionais na esfera política, ambiental e dos Direitos Humanos é acentuada. Como membro do Conselho de Segurança da ONU e com vontade política poderemos mostrar ao mundo um novo modelo de fazer política, pautada pelo respeito mútuo e pela paz.