International Relations, political parties and political sociology. Por Israel Gonçalves
Reflexão
"Já não é a mesma hora, nem a mesma gente, nem nada igual. Ser real é isto" - Alberto Caeiro
"A imaginação é a rainha do real e o possível é uma das províncias do real" - Charles Baudelaire
Wednesday, January 27, 2010
Da Violência
Podemos afirma que a democracia no século 21 é um valor histórico. A democracia no seu sentido formal é marcada pela rotatividade de seus líderes e pela possibilidade de contestação pública dos seus atores políticos e das mazelas sofridas ora pela minoria da população ou uma ingerência do governo. Mas esses dois quesitos não explicitam algo fundamental, o diálogo e a negociação, isto é, o processo de democratização é realizado por meio de muita conversa e acordos cujo objetivo é a busca da melhoria dos serviços públicos e da igualdade sócio-econômica entre os munícipes. Dessa forma o século 21 caracteriza-se pela racionalidade, pela inteligência, pela negação da violência.
O século 20, como sabemos, foi marcado pela violência, tivemos a primeira, a segunda Guerra Mundial, a Guerra da Iugoslávia entre outras, ou seja, faltou diálogo, isso significa o oposto de fazer política, pois como dito, política é a arte de no mínimo conversar. A grosso modo, podemos dizer que só os animais na selva não entram em diálogo para resolver seus problemas.
Mas temos, infelizmente, ainda discursos de governantes propensos à desinteligência, pois além de não buscarem o diálogo, acham que a violência é a extensão do seu fazer política. Discurso que afirma: que a violência é natural e que a polícia é sempre necessária encontra-se em ambiente de retrocesso social. Há um esforço destes políticos que geralmente confundem violência como sinônimo de política para que a sociedade se acostume com os atos de agressão a um outro individuo. Um governo moldado por tal proposta entra em uma paralisia de governamental, pois demonstra duas coisas, primeiro que o ator político está fora do novo contexto mundial, que atualmente é a busca de uma cultura da paz, segundo que ele(ela) não sabe fazer política.
Hannah Arendt, em uma belíssima obra que dá o título a este artigo: Da Violência, afirma que “A violência pode ser justificável, mas nunca será legítima”, ela enfatiza que a essência de um governo é o poder e não a violência, assim, agir por meio da violência é não ter poder.
Quando um agente político que comanda um país, um estado ou um município não tem poder de diálogo estamos muito próximo da barbárie ou de uma leitura que a sociedade é feita pelos seres atomizados. É um erro, pois morar em um município é viver em conjunto.E poder significa a capacidade de fazer ações, por meio de diálogos, para esse conjunto de pessoas.
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