Não temos como fugir do assunto. A questão relativa à compra dos caças preencheu o espaço dos vários meios de comunicação no Brasil e manchetes surgiram em jornais internacionais. O governo deve aceitar o relatório feito pela Força Área Brasileira (FAB) ou fazer uma escolha pautada pelo viés político?
Segundo a FAB o avião mais barato e com revisões acessíveis ao orçamento do ministério é o caça sueco Saab da Gripen NG, posteriormente vem o F/a 18 da Boeing, norte-americana e depois o Francês Rafale da Dassault Aviation. Os investimentos para a compra dos 36 caças podem chegar a 10 bilhões de reais. Esse investimento pode tirar o país da oitava posição que se encontra no quesito: gastos com defesa na América Latina. Reproduzo alguns dados publicados na revista: Defesa Latina, ano 1, nº 1, p.09.
Como exposto acima, o Brasil não investe na renovação e na ampliação das Forças Armadas. Todavia, o governo brasileiro resolveu fazer uma aliança estratégica com a França. Com o país europeu já há dois compromissos de alto valor financeiro e cientifico. O primeiro: o Brasil - junto com os franceses - irá construir 51 helicópteros EC-725 para as Forças Armadas. O segundo: uma cooperação para a construção de submarinos Scopène, um será movido com energia nuclear. Mesmo assim, só com muito investimento na área do desenvolvimento de material bélico e da pesquisa no setor de defesa que o país terá um poder maior de persuasão na América do Sul. Com essa ligação mais estreita com a França, somada a questão que o caça sueco ainda é protótipo, tudo indica, que os 36 caças que serão escolhidos virão da França.
Há uma outra questão que não está na pauta dos jornais e nem do governo: nossa falta de autonomia bélica. Dependemos da compra de armamentos de outros países para suprir nossas necessidades militares, o que evidência a falta de investimento em nossas Forças Armadas e em tecnologia. A Marinha em breve será uma força terrestre, pois sua frota estará sucateada daqui uns 50 anos, ou menos. A Aeronáutica tem como vitrine os pequenos e bonitos A-29 Super Tucano, todavia são lentos e atrasados em vista dos aviões dos países do primeiro mundo, e mais, algumas peças desses aviões são feitas nos EUA. Com relação ao Exército, às notícias também são tristes, vários soldados são desligados da instituição, pois há o famoso excesso de contingente, outros saem da instituição para ganhar o pão de cada dia na iniciativa privada.
Devemos frisar que o Brasil tem uma área de 8.511.965 Km2 e uma população que já passou dos 190 milhões de habitantes e está entre as 10 economias mais importantes do mundo. Mesmo com um efetivo de 288.500 mil militares na ativa, sendo que cerca de 190.000 mil estão no Exército, há uma baixa inserção da tecnologia nos treinamentos e nas armas utilizadas pelos militares.
Assim, nossa Força vai rastejando em meio ao discurso de um país moderno, mas treina seus soldados com flechas e camuflagem a guache. O reaparelhamento das Forças Armadas é urgente e contribuirá para a melhor segurança de nossas fronteiras, impedindo a entrada de armas e drogas no país, assim como, dará respaldo político para as ações do governo. Claro, devemos buscar a modernização das Forças na compra de produtos nacionais, reativando as indústrias bélicas, como exemplo: Engesa e Avibrás, oportunizando independência dos armamentos estrangeiros e produção de emprego.
Oportuníssima sua análise sobre a segurança da nossa Pátria,parabens.
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