Reflexão


"Já não é a mesma hora, nem a mesma gente, nem nada igual. Ser real é isto" - Alberto Caeiro

"A imaginação é a rainha do real e o possível é uma das províncias do real" - Charles Baudelaire

Saturday, March 27, 2010

O Caso não é apenas em Cuba



Recebi uma informação direto de Cuba que tem o seguinte teor: A Espanha ofereceu asilo político ao Orlando Zapata Tamayo que, no dia 23 de fevereiro, do ano corrente morreu por causa de uma greve de fome. Orlando Zapata Tamayo não aceitou a oferta espanhola, pois queria do governo cubano dinheiro e uma casa. Se tais fatos são totalmente verídicos é difícil afirmar. O fato que Zapata queria do governo dinheiro e uma casa, retira-o da condição de preso político. Mas mesmo assim, não podemos admitir dentro da lógica dos Direitos Humanos a morte de um preso comum - que fazia greve de fome. O governo não poderia permitir que tais atos chegassem ao extremo, isto é, que uma pessoa morra por não querer comer.

Com respeito à postura do governo, em especial do Lula sobre o caso, foi no mínimo imprudente. Até se pode compreender que Lula não tenha feito uma forte crítica ao governo cubano, pois no ato da morte de Zapata, Lula estava em visita oficial ao país. Mas opinar a favor do governo cubano em permitir a morte do preso, seja ele político ou comum, é macular a imagem do Estado brasileiro que tem sua agenda internacional marcada pelo pacifismo.

Mas o caso da morte de Zapata em Cuba me faz lembrar que os vários ataques a civis palestinos feitos pelo Estado de Israel são violações aos Direitos Humanos. E mais, que os ataques feitos por grupos palestinos em prol de um Estado Palestino a população civil israelense também são violações aos Direitos Humanos.

A invasão dos EUA no dia 07 de outubro de 2001 ao Afeganistão - que já matou milhares de civis - considero violações aos Direitos Humanos; assim como a invasão dos EUA no dia 19 de março de 2003 ao Iraque, que já matou milhares de crianças, mulheres e idosos também podem ser considerados violações aos Direitos Humanos. A base militar dos EUA em Guantánamo, usada como presídio para pessoas (apenas) suspeitas de terrorismo é uma violação aos Direitos Humanos.

No Brasil a violência policial cometida pelas instituições de segurança pública, em especial a polícia militar, em todo o território nacional contra a população civil são violações aos Direitos Humanos; assim como a situação dos 470 mil presos que estão nas cadeias e presídios no Brasil, sem condições mínimas de higiene, são violações aos Direitos Humanos.

A corrupção em qualquer esfera (público ou privado) deve ser considerada violação aos Direitos Humanos, pois o político ao retirar dinheiro público que seria investido em saúde, educação, em bens públicos em prol de seus interesses privados são violações aos Direitos Humanos.

A morte de Zapata em Cuba projeta luz há uma rede de violações aos Direitos Humanos no mundo. Mas muitas dessas violações são realizadas por países considerados como o de "primeiro mundo" e de tradição democrática. Todavia, quando esses países cometem tais barbaridades contra civis e crianças não há nenhuma queixa ou revolta das organizações internacionais.

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