Reflexão


"Já não é a mesma hora, nem a mesma gente, nem nada igual. Ser real é isto" - Alberto Caeiro

"A imaginação é a rainha do real e o possível é uma das províncias do real" - Charles Baudelaire

Tuesday, October 25, 2011

Por uma nova Líbia.



Os rebeldes da Líbia, em boa parte cidadãos comuns, conseguiram mostrar aos governos ditatoriais do mundo que é possível vencer uma guerra contra um exército regular. O efeito político da morte de Kadafi, em 20 de outubro, é colossal, não chegou a uma semana da morte de Kadafi e seu filho, e o ditador do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, resolveu abdicar do governo, após 32 anos no poder, talvez pelo temor de acontecer com ele o mesmo que ocorreu com o ex-ditador da Líbia.

O novo governo da Líbia não terá todas as estruturas da democracia ocidental, talvez tenha o mínimo, ou seja, tenha sua forma de governo pautada por uma República Islâmica com participação do povo, que por meio do voto, escolheria seus parlamentares ou presidente. Se for isso é pouco, tendo como dado a miríade de mortos.

Para os governos europeus não importará muito o modelo de governo que será adotado na Líbia, e sim, se os contratos efetivados para distribuição de petróleo e gás serão mantidos. Era evidente às relações políticas e econômicas que Itália, França entre outros países mantinham com ex-ditador Líbio. Tudo em nome do petróleo barato e acessível deste país do norte da África para os países ricos e “civilizados” da Europa.

Após a morte de Kadafi, relatos de execução em massa de seus seguidores são veiculados em vários meios de comunicação. Assim, a nova Líbia já nasce com um problema, quem julgará esses crimes e como as armas serão recolhidas desses ex-guerrilheiros? Há também uma probabilidade que ao mudar radicalmente sua forma de governo, os líbios, para se manterem como um país estável, não poderão mudar seu eixo econômico.

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