Reflexão


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Sunday, August 7, 2011

O Futuro do Ministro da Defesa: Reflexões.


Fonte: Folha

A saída de Nelson Jobim (em 05 de agosto) do Ministério da Defesa já era esperada, mas para o final deste ano. Sua demissão prematura advém de suas posições sobre o governo Dilma Rousseff (PT) e por ter tecido críticas ao núcleo duro do governo dela. Acredito que Ideli Salvatti é “fraquinha”, pois ela saiu de cena após assumir a Secretaria de Relações Institucionais, em 10 junho deste ano e não promoveu o protagonismo esperado pela pasta. Também concordo com Nelson Jobim, em suas declarações desairosaso, que a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann não conhece onde ela trabalha, mas tudo isso, também pode ser comprovado na maior parte do secretariado do atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Na realidade o que estava em jogo é a vaidade de alguns e uma intriga semelhante a uma novela mexicana, sem sentido e com final certo.

Talvez o maior equívoco do ex-ministro Jobim, na sua gestão, não foi falar mal de “companheiros”, mas autorizar uma ação mais profunda que mexerá com as ações de nossas Forças Armadas. Refiro-me a decisão do ex-ministro de usar as Forças Armadas para ocupar os morros cariocas, com destaque para a ocupação do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro em novembro de 2010. Caberia ao novo ministro repensar se tais operações cabem dentro do quadro institucional das Forças Armadas brasileiras.

Celso Amorim tem uma experiência em cargos públicos que exigiram decisões sérias e que provocaram mudanças de paradigmas. Esse conhecimento será importante para Amorim à frente do Ministério da Defesa. Provavelmente ele fará uma boa gestão, mas acredito que ele foi chamado mais para um mandato provisório, até a presidenta achar um nome em comum acordo com o PMDB, postulante da pasta ministerial.

O novo ministro também terá como tarefa crucial administrar a efetivação da Comissão Nacional da Verdade que já está no Congresso Nacional desde 2010. Na História dos países sul-americanos que já condenaram militares por seus “abusos de poder”, o Brasil será um dos últimos países a realizar um processo de esclarecimento das ações dos militares que hora torturam e mataram estudantes e, em outros momentos, jornalistas entre outros críticos do Regime Militar que foi de 1964-1985.

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