International Relations, political parties and political sociology. Por Israel Gonçalves
Reflexão
"Já não é a mesma hora, nem a mesma gente, nem nada igual. Ser real é isto" - Alberto Caeiro
"A imaginação é a rainha do real e o possível é uma das províncias do real" - Charles Baudelaire
Wednesday, January 19, 2011
PMDB: sem identidade e na oposição?
A questão de quais cargos o PMDB terá no segundo escalão do governo petista é algo pertinente e revela um quesito que já foi esquecido por muitos políticos e analistas. Uma parte considerável do PMDB não apoiou a aliança entre o PT e o PMDB. Lembramos que os peemedebistas de São Paulo, de Santa Catarina e alguns do Rio Grande do Sul, entre outros políticos do PMDB, não se engajaram na campanha eleitoral de Dilma Rousseff. Agora, depois da eleição, alguns políticos se vestem de cordeiro e se transfiguram em aliados de primeira hora da presidenta.
Para que o PMDB conquiste mais espaço no governo deverá ter entre seus caciques uma liderança de fato, ou seja, os líderes deverão controlar os ânimos dos mais exaltados. Um exemplo deste contexto é o caso do senador peemedebista eleito por Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, um dos principais críticos da aliança. Aliás, o senador catarinense apoiou abertamente o candidato derrotado José Serra do PSDB. Em São Paulo não foi diferente. O PMDB abraçou a campanha dos tucanos e nenhum problema ocorreu - poucos fizeram críticas sobre tal fato. E no Rio Grande do Sul, o senador Pedro Simon apoiou a candidata Marina da Silva do PV.
Os fatos citados demonstram o quanto o PMDB é contraditório e sem identidade nacional. Os políticos, ansiosos por cargos, ficam protegidos por uma marca chamada PMDB e buscam recursos para potencializarem seus anseios e projetos particulares. Enfim, fazem o que bem entenderem. Não há uma liderança nacional, mas caciques regionais.
Talvez seja por isso que o debate em torno dos cargos esteja acirrado, pois como debater um projeto político com um partido que não tem uma identidade. Falta ao PMDB um projeto claro e sério para com a sociedade brasileira. O PMDB terá mais cargos ao passo que decidir o que quer ser: um grupo de políticos famintos por recursos públicos ou um associado de um projeto político de abrangência nacional?
O vice-presidente da República, Michel Temer, deverá provar primeiro que é um líder, e não um apaziguador de picuinhas entre parlamentares que querem aparecer na mídia. Mas o PMDB tem um mérito até o momento: é o único partido que reclama e se opõe ao domínio petista no governo.
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