Reflexão


"Já não é a mesma hora, nem a mesma gente, nem nada igual. Ser real é isto" - Alberto Caeiro

"A imaginação é a rainha do real e o possível é uma das províncias do real" - Charles Baudelaire

Wednesday, February 2, 2011

Os movimentos sociais no Egito: um exemplo para o Brasil

Foto: Israel

O que ocorre em Magreb, no Egito, no Iêmen, na Jordânia deve servir como exemplo para o Brasil e para o mundo:

a) Por ser um movimento sem um grande líder, ou seja, é um movimento genuinamente popular;
b) Os manifestantes querem participar mais do processo político (gerando uma democracia participativa) e,
c) Os manifestantes buscam autonomia política das relações exteriores do país (a questão da soberania).

No Brasil, a população não pode contar com o poder Legislativo em vários estados da federação e, principalmente, com relação ao Congresso Nacional. É um absurdo que os parlamentares aumentem seus salários, sem a aprovação do povo. O Congresso é uma festa paga por nós!

Os prefeitos não cumprem seus programas de governo. Além disso, obras são superfaturadas, não há investimentos nas áreas cruciais para o povo como: educação, saúde, segurança pública, entre outras esferas. A questão da merenda em São Paulo é um exemplo do descaso com o dinheiro público. Os meios de comunicação apontam que até parentes do governador estão envolvidos - notícia que se tornou comum em todo território nacional.

Na esfera econômica, de certa forma vivemos um momento de estabilidade. É um fato. Todavia, a situação vem piorando para os que vivem com um ou dois salários mínimos.
Policiais e professores, entre outras profissões, estão recebendo, muitas vezes, menos do que o mínimo necessário para sua sobrevivência. Um professor no Estado de São Paulo ganha menos de R$ 8 reais por hora. Um prato de comida em um restaurante popular custa em média R$10 reais, ou seja, mesmo após uma hora de trabalho, o professor não consegue comprar um prato de comida.

Outra instituição que vem ganhando bilhões de reais por ano, sem contribuir para a emancipação da sociedade, são os Bancos (privados e os públicos). Eles aumentam suas tarifas sem nenhum parâmetro. Para você manter sua conta corrente ativa, há Bancos cobrando 20 reais por mês - o que é um roubo.
Devemos, dentro da ordem democrática conquistada pelos movimentos sociais na década de 1980, fazer manifestações aqui no Brasil:

1º Contra os abusos da nossa aristocracia parlamentar;
2º Contra o desdém às leis, realizado diariamente por prefeitos;
3º Pela falta de compromisso público dos governadores;
4º Contra as tarifas injustas das instituições financeiras.

Assistir o senador Sarney tomar posse pela 4ª vez no comando do Senado é assustador - para nossa política. Pelo menos, segundo o próprio senador, não teremos mais o peemedebista disputando novas eleições. As velhas oligarquias estão no poder com toda força, e isso significa um retrocesso político, uma estagnação do contínuo aperfeiçoamento de nossa jovial democracia.

“A revolução chegou” no Egito. No Brasil, precisamos apenas de uma demonstração de força da população, para impedir que o Estado brasileiro seja espoliado por políticos sem escrúpulos e por instituições sem compromissos com o povo brasileiro.

7 comments:

  1. Falta ao homem cordial vontade revolucionária, me parece. Os mandos e desmandos, casos e descasos feito pela classe política brasileira em outras democracias seriam motivos de sobra para a população sair as ruas.

    Bom texto
    abraço

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  2. Concordo. Falta vontade ao homem cordial! No Brasil a tal classe política - de forma geral - está "para além do bem e do mal". Estamos perdidos!!!

    Aqui em Limeira/SP há apenas dois ou três vereadores realmente preocupados com o futuro da cidade, o resto tem projetos pessoais ou já estão pensando nas próximas eleições. O jogo político é feito sem nossa participação. Enfim, gostaria de participar mais das decisões dos “meus representantes”.

    Ahhh...... depois do seu comentário, acabei lendo o texto novamente e fiz um ajuste na redação, vi um erro de concordância e aí mudei uma frase, sem alterar o conteúdo.

    Abraços Záia.

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  3. Concordo plenamente!

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