
O atual cenário político indica que a famigerada reforma ministerial do governo Dilma Rousseff não atingirá muitas pastas. As especulações eram mais midiáticas do que um projeto da presidenta. De fato, até o momento, ocorreram apenas duas substituições. Na Petrobrás e no Ministério da Educação (MEC). No MEC saiu Fernando Haddad, e entrou em seu lugar Aloizio Mercadante que ocupava a pasta da Ciência, Tecnologia e Inovação, ambos do PT. Esses dois ministérios são estratégicos para o conceito do momento: o desenvolvimento do país. Todavia é evidente que o MEC tem mais repercussão na mídia. Provavelmente, Mercadante usará sua nova função para projetar-se para as eleições do governo de São Paulo - daqui dois anos. Transformando o ministério em palanque e o ensino, assim como os docentes, em segundo plano.
A gestão do pré-candidato Fernando Haddad à frente do ministério poderá ser medida no futuro pela última propaganda do MEC. Na propaganda, o governo apela para os jovens cursarem algum curso de licenciatura. Se você não tiver dinheiro o governo paga suas mensalidades e, posteriormente, você devolverá o investimento do governo lecionando em “escolas públicas”- recintos destinados àqueles que não têm dinheiro para pagar uma escola com certa rotina de ensino e aprendizagem.
A propaganda é bem elaborada e o governo bem avaliado, mas nossa realidade é retratada pelo inverso. O colorido da TV não esconde mais o ridículo do nosso salário, a falta de perspectiva da nossa carreira e o desrespeito diário com os professores. Para se ter noção da contradição do sistema educacional, uma Faculdade Particular, que também adora propagandas, em vez de contratar, despediu a maioria do seu quadro de mestres e doutores, pouco se questionou os motivos dessa perspicácia. No Brasil, a educação se faz sem mestres e isso tem a conivência do seu ministério. O MEC virou trampolim para carreiras que não estão ligadas à educação, óbvio, se ganha muito pouco nesse ramo. O Brasil na atual situação não precisa apenas de uma reforma ministerial, mas de uma revolução na educação.